Novo carimbo digital

No começo deste ano a NAATI lançou os carimbos digitais. Assim, as traduções NAATI agora podem ser emitidas usando esse carimbo digital.

Cada carimbo tem um QR code, que permite que os clientes e os destinatários das traduções verifiquem as credenciais da tradutora.

Além disso, há um código identificador de 32 carácteres abaixo do carimbo.

Além do nome da tradutora, do número da credencial ed o par de idiomas certificado, o carimbo também tem a data em que foi gerado, e confirma que foi autenticado digitalmente pela NAATI.

Em caso de uso inadequado ou fraude, o QR code é desativado e a tradução perde a validade.

Já há alguns meses estou usando o carimbo digital. Então clientes antigos vão perceber essa mudança nas novas traduções NAATI.

Mais informações podem ser encontradas no site da NAATI, aqui, na seção “Digital Stamps”.

Para traduções NAATI ou mentoria, entre em contato.

Já tenho a tradução feita por tradutor juramentado. E agora?

Pergunta frequente: Tenho uma tradução juramentada no Brasil e preciso que ela seja tradução NAATI. Como o documento já está traduzido, é só copiar, colar e colocar seu carimbo. Faz pra mim?

Dá pra fazer para o cliente? Dá. Mas tem um custo, ao contrário do que geralmente nos é solicitado.

Os tradutores juramentados no Brasil, em geral, seguem ortografia e padrão linguístico dos EUA. Usam outro formato de data, outra ortografia, e também terminologia diferente da usada na Austrália.

Cada tradutora também tem seu próprio estilo tradutório. Isso quer dizer que duas tradutoras que traduzam o mesmo texto possivelmente produzirão duas traduções diferentes (claro, a terminologia específica não muda, mas alguns aspectos da tradução podem mudar).

Por ser certificada – e isso quer dizer que eu carimbo e assino a tradução -, eu preciso ter certeza de que a tradução corresponda ao meu estilo e ao meu nível de qualidade, e também aos padrões aceitos na Austrália. Então não é só uma questão de copiar e colar.

Ah, mas então dá pra revisar o que já foi feito pelo tradutor juramentado no Brasil… Muitas vezes não. Isso porque as diferenças podem ser tão grandes que é mais ágil traduzir do zero (aí entra experiência!). E a tradução final sai com melhor qualidade.

Qual a melhor opção então?

Primeiro, se o destino for Austrália, já faça a tradução diretamente com uma tradutora NAATI.

Se já tiver uma tradução juramentada feita por tradutora pública no Brasil, peça orçamento à tradutora NAATI para refazer a tradução, ou seja, não peça ou espere o serviço gratuitamente 😉

Ah, e lembre de valorizar o trabalho das tradutoras.

Um brinde ao ano que termina, a 2022 e a você

2021 chegando ao fim…
⁣⁣⁣
Foi mais um ano de abre-não-abre fronteiras, de mais lockdown, de vacinas, de alguns clientes incertos sobre seus vistos e viagens, de alguns outros clientes conquistando sua cidadania e realizando sonhos…
⁣⁣⁣
Deste lado de cá, foi um prazer atender mais vários clientes queridxs, expandir meu business e me divertir nos quizzes com vocês.

Vamos às estatísticas e acontecimentos:

  • Atendi a 149 clientes individuais diretos (traduções NAATI) e 3 agências de tradução⁣⁣⁣
  • ⁣⁣⁣Trabalhei em 111 projetos não-NAATI ⁣⁣⁣
  • Atuei em 7 projetos linguísticos e de localização para IA/aprendizado de máquina ⁣⁣⁣
  • Dei mentoria a 4 mentoradas
  • Expandi os recursos humanos do meu business, tendo agora uma funcionária que me ajuda na formatação das traduções e outra que cuida do administrativo/financeiro
  • Fui selecionada para fazer o preflight de duas novas contas de uma agência, produzindo o glossário e localizando o guia de estilo pros projetos
  • Fechei parceria com a VS Strategy pra que os clientes possam ter CVs produzidos com qualidade para o mercado australiano
  • Interagi com muitos de vocês nos quizzes e nos stories do Instagram, e nos bastidores (inbox e e-mail), fazendo novos amigos e me conectando com os colegas de profissão⁣

⁣Só tenho a agradecer!!! Isso tudo em um ano só não seria possível sem você! Aos clientes, agências, colegas, amigos, seguidores e parceiros: meu MUITO OBRIGADA por 2021! ⁣⁣⁣⁣
Aos que não foi possível atender este ano, espero que eu possa atendê-los no ano novo.

Lembre-se: se organize e não deixe as traduções pra última hora no ano que vem ⁣⁣⁣(resolução de Ano Novo, vai? ☺️)
⁣⁣⁣
Um 2022 maravilhoso pra todos nós!

✨ E um brinde a você! ✨

Alteração de dados na tradução

Cliente pergunta: é possível alterar as datas na tradução?

Este tipo de solicitação é muito comum. Há pedidos de alteração de data, de cargo e até mesmo de palavras para determinado documento não ficar parecido com outro.

E aí, eu, tradutora NAATI, posso trocar as datas na tradução?

A resposta é 𝐍Ã𝐎.

A tradutora NAATI tem que ser fiel às informações do documento original. Esse é inclusive um dos princípios do código de ética do tradutor.

Mesmo que todos os outros documentos mostrem a data correta, eu, ainda assim, tenho que seguir as informações do original que tenho em mãos.

𝐒𝐨𝐥𝐮çã𝐨? Pedir que o supervisor ou a empresa emita outra carta com a data correta.

Trauma vicário na tradução

Nos stories do Instagram falei sobre 𝐭𝐫𝐚𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐜á𝐫𝐢𝐨, e 67% dos seguidores (incluindo tradutores) disseram que o termo era novidade. Então, vamos falar mais sobre o tema.

Também chamado de 𝑡𝑟𝑎𝑢𝑚𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜, o 𝐭𝐫𝐚𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐜á𝐫𝐢𝐨 pode acontecer quando o profissional é exposto repetidamente a material traumático. Imagine um intérprete interpretando relatos abusivos de um paciente a seu terapeuta. Ou conversas entre policiais e vítimas de estupro. Ou repassando com frequência prognósticos de médicos a pacientes com poucos meses de vida. Ou um tradutor com um livro sobre ditadura pesquisando a fundo sobre casos de tortura. Ou traduzindo textos sobre mortes em guerras ou numa pandemia.

Além da carga intelectual inerente ao trabalho, os profissionais têm que lidar com suas emoções e reações ao ouvir/ler as histórias à sua frente.

O trauma acontece quando há um 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑒𝑚𝑜𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 que nos deixa sobrecarregados e não conseguimos processar as emoções geradas. Sintomas podem incluir:
🔸Fadiga
🔸Desregulação emocional
🔸Stress relacionado ao trabalho
🔸Vergonha
🔸Burnout
🔸Identificação com o material ou com a vítima
🔸Pessimismo, entre outros

Por isso, ao trabalhar com material “pesado” ou com conteúdo traumático, é importante adotar algumas 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡é𝑔𝑖𝑎𝑠:
🔸𝐶𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑠𝑎ú𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙: fazer atividades que relaxam e priorizar autocuidado
🔸𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟 𝑎𝑢𝑡𝑜-𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎çã𝑜: observar como se sente e se há sintomas de trauma secundário, stress ou burnout
🔸𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 e 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙: lembrar dos interesses fora do ambiente profissional e tirar a mente do material traumático
🔸𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎𝑟 𝑜𝑠 𝑡𝑖𝑝𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜: pegar trabalhos mais leves para não se expor constantemente aos materiais traumáticos
🔸𝐵𝑢𝑠𝑐𝑎𝑟 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑔𝑎𝑠: incluir sessões de “debriefing” (para processar as informações e emoções)

Outras profissões suscetíveis: enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, jornalistas, advogados, etc., principalmente quando têm que ser empáticos.

Tradução urgente!

Quem aí trabalha com tradução e nunca recebeu uma solicitação de tradução “urgente!!!!?

Pois é, isso está cada vez mais comum no nosso meio, e recomendo investigar com o cliente o que significa “urgente” para ele antes de descartar o serviço ou aplicar taxa de urgência. Recentente uma solicitação “urgente” de tradução de um diploma era, por fim, um prazo pra dali duas semanas.

O que vejo é que os clientes, em verdade, querem ser bem atendidos. Querem agilidade na resposta, querem saber que você está ali para atendê-los com atenção ao caso deles. Querem saber que você não vai responder dali três ou quatro dias. Querem ser vistos e respeitados como clientes.

Se você é cliente, dica: informe seu prazo real. Ao invés de solicitar “tradução urgente”, seja claro na solicitação: preciso da tradução dos documentos em anexo até dia x. Ou: preciso entregar os documentos na imigração ou pro meu agente de imigração até o dia x. Assim, conseguimos nos programar com relação à preparação do orçamento e todo o fluxo do processo tradutório aqui do nosso lado.

Usando a comunicação não-violenta com agências e clientes

Nesses anos de trabalho, tenho reparado que importante é tentar ser um parceiro da agência de tradução com a qual trabalhamos, e não meramente um tradutor autônomo que faz parte do banco de talentos de tal agência. O que quero dizer com isso não é que temos que ter um contrato diferenciado ou nos apresentarmos como “parceiro” de tal agência. A ideia de “parceria” está na nossa atitude para com o(s) gerente(s) de projeto e outros integrantes da agência.

Essa atitude diferente pode ser demonstrada de várias maneiras ao realizar um trabalho para a agência. Para mim, acho importante demonstrar que a gente se importa com o resultado final, e não com a fama de ser melhor do que o revisor ou qualquer outro tradutor. Isso quer dizer que, se você pegou um trabalho ruim ou mal traduzido para arrumar, ou está revisando um trabalho de outro colega, ou o texto original está muito mal escrito (ou veio pessimamente traduzido de outro idioma), a melhor maneira de lidar com o caso, na minha opinião, é mostrar que você se importa com a tradução final e você quer ver o cliente feliz. Para isso, talvez você precise de mais prazo ou de uma tarifa maior para aquele projeto, que o texto seja devolvido ao tradutor inicial para revisão extra ou que o cliente seja avisado que o texto original não está com a qualidade tão boa e, por isso, a tradução pode também sofrer.

Recentemente, recebi um glossário para ser revisado para um cliente novo de uma agência, e a estimativa de 1 hora para a revisão ortográfica e gramatical dos termos acabou virando quase 2 horas e meia, pois a tradução não estava boa. Aliás, era perceptível que não houve nenhum tipo de pesquisa por parte do tradutor: as traduções não eram nada relevantes ao contexto, as siglas foram mal interpretadas, etc., apesar de todos os termos serem encontrados facilmente no site da empresa em questão. Por conta da diferença de horário com a agência, eu não podia simplesmente deixar de retraduzir quase todos os termos do glossário e esperar o dia seguinte para falar com a gerente de projetos. Fiz o meu trabalho, tendo na mente o cliente final e o projeto que estaríamos começando em seguida. E, para esse projeto, o glossário era parte essencial. Fiz meu trabalho e, ao enviar o glossário revisado (ou melhor, retraduzido), com ele enviei uma observação dizendo que revisar o trabalho foi frustrante, pois percebi que os termos traduzidos não eram relevantes à área (salientei que os termos foram facilmente encontrados no site do cliente), portanto o trabalho não se limitou apenas à revisão gramatical e ortográfica, e acabou incluindo pesquisa e validação terminológica e retradução de quase todo o arquivo. E descrevi o cálculo do meu pagamento, dizendo o quanto na realidade aquele trabalho tinha me custado, devido ao meu tempo extra arrumando o arquivo.

Comunicar algo assim para um gerente de projeto pode ser difícil, e sou contra mandarmos um e-mail com uma mistura de ataques ao outro tradutor, reclamações e ordens exageradas. Vira e mexe temos um pé atrás de que a agência quer sacanear a gente e que o gerente de projeto é um monstro e não vai querer nos ajudar. No entanto, eu acredito que, se nos comunicarmos de forma carinhosa, empática e compassiva, sem esses receios e sem deixar as emoções interfirirem na mensagem, temos mais chance de obter o que queremos ou, ao menos, começar a criar uma parceria com a agência através de uma comunicação limpa e não-violenta.

A comunicação não-violenta é uma abordagem desenvolvida por Marshall Rosemberg que segue uma estrutura baseada em quatro pilares:

  1. Observação: observar os fatos sem fazer julgamento
  2. Sentimentos: identificar os sentimentos em relação à situação
  3. Necessidades: identificar quais necessidades estão associadas a esses sentimentos
  4. Pedidos: pedir certas ações para atender às necessidades identificadas

Veremos, para o exemplo acima da revisão do glossário, como a comunicação não-violenta foi aplicada:

Observação: a tradução estava com uma qualidade ruim e eu, como revisora, fiz o trabalho de pesquisa dos termos, que deveria ter sido feita pelo tradutor. Observe que não há ataques ao outro tradutor (se ele é ruim, descuidado, etc.).

Sentimento: como me senti frustrada por reservar uma hora para o trabalho, mas ter gasto mais que o dobro e ter feito um trabalho que não estava dentro do escopo da revisão.

Necessidade: da próxima vez, preciso saber que o trabalho de revisão envolverá também pesquisa dos equivalentes terminológicos, não somente uma revisão de gramática, ortografia e verificação de algum deslize do tradutor (que, claro, pode acontecer; não espero que a tradução venha 100% sem nenhuma falha), assim não me sentirei tão frustrada e podemos estimar o tempo necessário para o projeto com mais precisão.

Pedido: que a agência cobrisse, se possível, o tempo total que gastei no trabalho e que da próxima vez fosse mais clara quanto às instruções e o escopo do trabalho.

Resultado: me tornei a nova tradutora primária dentro da agência para aquele cliente específico. A agência me agradeceu pelo feedback (relatado no fato/observação) e que passaria o feedback ao tradutor; se lamentou por eu me sentir frustrada e agradeceu minha dedicação e meus insights (isso possível de acordo com a descrição de como me senti); se dispôs a aumentar o valor pago pelo trabalho para cobrir as horas extras e me informou que de agora em diante eu seria a tradutora primária quando o cliente solicitasse traduções.

A reação da agência provavelmente teria sido outra se eu tivesse escrito algo do tipo: “O tradutor mandou um trabalho muito ruim, refiz todo o trabalho, não é justo receber pelo o que fiz, nunca mais quero trabalhar com esse tradutor e nunca mais pegarei trabalhos de revisão.” Eu sei que nem todos escreveriam assim, mas, às vezes, dependendo de como você se comunica, é assim que a outra parte lê a sua comunicação.

Da forma como escrevi, a comunicação com a gerente de projeto foi empática, de parceria, e não repleta de ataques, ordens nem reclamações. E, assim, me rendeu um relacionamento de lealdade com a agência e com o novo cliente.

 

Pesquisa no Google: dicas

Muita gente pensa que tradutor tem vários dicionários na cabeça e sabe tudo de cor e salteado. Porém muitos não sabem que uma parte importante do trabalho do tradutor é a pesquisa. Pesquisar por definição de termos no original, pesquisar por possíveis equivalentes na língua de chegada, pesquisar sites da área que possivelmente usam a terminologia específica, pesquisar imagens para ver se correspondem ao termo de origem e de chegada… há isso e muito mais às vezes para pesquisar ao traduzir.

O blog do HubSpot publicou esta matéria um tempo atrás com “14 dicas para pesquisar no Google como um especialista”. Muitas delas são úteis para nós, tradutores, e agilizam nosso trabalho de pesquisa, nos deixando mais tempo para as demais etapas da tradução. Vale a pena conferir 🙂

Crédito da imagem: rawpixel

Sobre traduzir e suas sutilezas

Hoje compartilho com vocês a entrevista feita pela querida Carol Alberoni, do blog Carol’s Adventure in Translation, com a aclamada tradutora australiana Alison Entrekin, que traduziu do português ao inglês difíceis obras literárias brasileiras. Não só admiro muito o trabalho da Alison, como acho que ela muitas vezes fala de coisas muito sutis em suas entrevistas, desta vez como entender a pontuação das línguas com que se trabalha (e usá-la de forma que faça sentido nas línguas em questão, principalmente na de chegada para o tradutor). Reconhecer essas sutilezas faz parte do trabalho de um tradutor de qualidade, não só do tradutor literário.

You have to analyse the context and ask questions: How does this piece flow? Who is speaking? Does this comma cause readers of the translation to pause where readers of the original keeping going? Does it change the rhythm or tone?

E, para não pensarem que a dica que sempre dou de ler a tradução em voz alta é coisa banal, a Alison também fala a mesma coisa:

If you can, read your translation out loud, listening for glitches, sense, transitions, alliteration that isn’t supposed to be there.

E reforça também a importância de revisar a tradução várias vezes:

Revise, revise, revise. When in doubt, revise again.

Essas dicas são maravilhosas não apenas para quem esteja traduzindo literatura, mas qualquer gênero textual.

Leia a entrevista completa, em inglês, aqui. A entrevista faz parte da série de entrevistas Greatest Women in Translation do blog da Carol.

Troca de e-mails e nome de arquivos

Estava querendo escrever sobre este assunto há algumas semanas. Talvez seja um tópico básico para alguns, mas dadas as minhas recentes observações nas trocas de mensagens, acho que vale a pena relembrar. Por isso, aqui vão duas dicas, uma de comunicação com clientes, agências e colegas por e-mail, e outra de organização/nome de arquivos:

  1. Mantenha o assunto do e-mail. Vejo que alguns colegas, quando se comunicam comigo por e-mail, alteram o assunto do e-mail que estamos trocando. Se eu mandei um e-mail com o assunto “Terminologia – dúvida”, não altere a linha de assunto para “Oiii – aqui vai minha resposta!!”. Ao fazer isso, todo o thread da conversa se perde. E se um dia eu quiser tentar achar esse thread ou a sua resposta na minha inbox ou nas pastas, vai ser muito mais difícil. Essa prática de mudar o assunto do e-mail deve ter se tornado comum, pois percebi que as agências agora estão colocando um lembrete em suas comunicações pedindo para que a linha de assunto não seja alterada. Imagine a agência negociando com você um serviço; vocês trocam e-mails e mais e-mails com o assunto “Tradução EN-PT – Marketing” e, do nada, você responde que aceitará a proposta com o assunto “Bom dia! Pode contar comigo!!”. Não só é deselegante ter uma linha de assunto assim como essa, como também é confuso; pense na agência recebendo um e-mail solto, sem o thread de mensagens vindo colado atrás. Ou, imagine, você já entregou a tradução e, por não ter recebido confirmação da entrega, você escreve para seu gerente de projetos para saber se ele recebeu o arquivo. Se você mandar um e-mail solto “Tradução – recebeu?”, a agência, com tantos clientes e tradutores e projetos e arquivos, não é obrigada a saber do que se trata. Em casos como esse, volte lá no e-mail inicial “Tradução EN-PT – Marketing” e responda lá, após a última mensagem que vocês trocaram.
  2. Mantenha o nome do arquivo. Se o cliente, agência ou colega lhe enviou um arquivo sobre petróleo para traduzir, cujo nome é “Time_50432_tradução.doc”, não entregue o arquivo para a agência com o nome “Petróleo – agencia X.doc” ou qualquer outro nome. Em geral, as agências têm seu próprio padrão de nomenclatura dos arquivos, que pode incluir o nome do projeto, o código do cliente, o número da ordem de serviço, o tipo de serviço, etc. Isso serve para facilitar o armazenamento e consulta dos documentos; é uma questão de organização. Pense que a agência pode receber vários arquivos em um dia de vários clientes e tradutores diferentes, e um mesmo arquivo pode ter sido enviado para tradutores de pares de idiomas diferentes. Dessa forma, ao mudar o nome do arquivo (e também do assunto, como dito acima!), a agência ou o cliente pode ficar confuso e até cobrar a entrega horas depois do prazo, achando que você não entregou a tradução ainda. Novamente, vejo cada vez mais as agências passando instruções sobre como nomear ou como não se deve alterar o nome dos arquivos. O máximo, por vezes, que é recomendado fazer, caso a agência não passe nenhuma instrução, é acrescentar o idioma de chegada ao final do nome. Por exemplo, se você traduziu o arquivo acima para o português, pode acrescentar PT ou BR-PT ao final: “Time_50432_tradução_BR-PT.doc”. Assim, fica até mais fácil para você identificar no seu computador que esse é o arquivo traduzido, enquanto o outro sem o código do idioma é o original.

Espero que essas duas dicas nos ajudem a termos trocas de comunicações mais organizadas 🙂